Desflorestação,
desflorestamento ou
desmatamento é o processo de desaparecimento de massas florestais, fundamentalmente causada pela atividade humana. A desflorestação é diretamente causada pela ação do homem sobre a natureza, principalmente devido à destruição de florestas para a obtenção de solo para cultivos agrícolas ou para extração de madeira, por parte da indústria madeireira.
Uma consequência da desflorestação é o desaparecimento de absorventes de dióxido de carbono, reduzindo-se a capacidade do meio ambiente em absorver as enormes quantidades deste causador do efeito estufa, e agravando o problema do aquecimento global.
Para tentar conter o avanço do aquecimento global
diversos organismos internacionais propõem o reflorestamento, porém
essa medida é apenas parcialmente aceita pelos ecologistas, pois estes
acreditam que a recuperação da área desmatada não pode apenas levar em
conta apenas à eliminação do gás carbônico, mas também a biodiversidade de toda a região.
O
reflorestamento é, no melhor dos casos, um conjunto de
árvores situadas segundo uma separação definida artificialmente, entre
as quais surge uma vegetação herbácea
ou arbustiva que não costuma aparecer na floresta natural. No pior dos
casos, se plantam árvores não nativas e que em certas ocasiões
danificam o substrato, como ocorre em muitas plantações de pinheiro ou eucalipto
Brasil
Segundo dados da FAO anunciados em março de 2010, o Brasil reduziu a área líquida desmatada em 20 anos, mas continua líder no ranking, seguido por Indonésia e Austrália. Cerca de 4 milhões de hectares são perdidos anualmente na América do Sul.
Há três importantes fatores responsáveis pela desflorestamento no Brasil: as madeireiras, a pecuária e o cultivo da soja. Como boa parte opera ilegalmente, principalmente na Amazônia, os estragos na floresta são cada vez maiores.
No Brasil, os estados mais atingidos pela desflorestamento são Pará e Mato Grosso. Este último é o campeão em área desmatada, apesar de ter havido uma redução nos últimos anos.
A média de madeira movimentada na Amazônia - de acordo com um
relatório divulgado pelo Governo Federal em agosto de 2006 - é de
aproximadamente 40 milhões de m³, incluindo madeira serrada, carvão e
lenha. Desse total, apenas 9 milhões de m³ vieram de manejo florestal
(previamente autorizado).
Desmatamento na Amazônia
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Desflorestamento para extração de madeira
O desflorestamento é uma das intervenções humanas que mais prejudica a sustentabilidade ambiental na Amazônia. Na região amazônica, a desflorestamento já removeu 17% da floresta original. Além disso, extensas áreas do bioma Amazônia abrigam florestas empobrecidas e degradadas por queimadas e exploração madeireira predatória.
De acordo com Barreto et al. (2005), 47% do bioma Amazônia
estava sob algum tipo de pressão humana em 2002, dos quais 19%
representavam pressão consolidada (desflorestamento, centros urbanos e assentamentos rurais) e 28% pressão incipiente (medida pela incidência de focos de calor). Despesas com a gestão ambiental representaram apenas 0,3% (R$ 96 milhões) das despesas orçamentárias públicas dos Estados da Amazônia Legal em 2005. Em contraste, as despesas orçamentárias com meio ambiente de toda a Amazônia foram oito vezes inferiores aos gastos efetuados pelo Estado de São Paulo em 2005.
Madeira de desflorestamento irregular
A desflorestamento no bioma Amazônia passou de 10%, em 1990, atingindo 17% em 2005. Entre 1990 e 2006, a área desmatada anualmente continuou elevada. Em média, a área desmatada subiu de 16 mil quilômetros quadrados, na década de 1990, para aproximadamente 20 mil quilômetros quadrados entre 2000 e 2006. A maior desflorestamento registrada na Amazônia ocorreu em 1995 (29,1 mil quilômetros quadrados). Em 2004 foi registrado a segunda maior desflorestamento da história da região –27,4 mil quilômetros quadrados. Em 2005,
a área desmatada foi de 18,8 mil quilômetros quadrados, o que
representa uma queda de mais de 30% em relação ao ano anterior. Em 2006
foi registrada uma queda ainda mais relevante na desflorestamento da Amazônia (13,1 mil quilômetros quadrados). Nos últimos cinco anos, o Mato Grosso foi o campeão de desflorestamento na região.
A União Democrática Ruralista patrocina um projeto de lei no Congresso Nacional, já aprovado pelo Senado,
que aumenta em 150% o limite legal para desflorestamento nas fazendas
da Amazônia e dá anistia aos fazendeiros que já desmataram,
ilegalmente, suas propriedades nos últimos sete anos.
Monitoramento
No Brasil monitora a cobertura florestal da Amazônia com imagens do satélite Landsat desde o final da década de 1970.O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) conduz o mapeamento das áreas desmatadas na Amazônia através do projeto Prodes
(Monitoramento da Floresta Amazônica por Satélite) e gera estimativas
de taxa de desflorestação anual para a Amazônia. A informação sobre a
taxa de desflorestação é importante para planejar ações de combate à
desflorestação em escala regional. Contudo, apenas informações sobre a
taxa de desflorestação são insuficientes para o monitoramento
e controle da desflorestação em escala local - é também necessário
saber onde a conversão florestal ocorreu e acompanhar as tendências da
desflorestação. Em 2003, o Inpe passou a disponibilizar os mapas de
desflorestação da Amazônia para toda a sociedade (Projeto Prodes).
Há, entretanto, refinamentos que precisam ser feitos nos dados
fornecidos pelo Inpe. Primeiro, a escala de mapeamento de 1:250.000,
não permite mapear com detalhes fragmentos de florestas e áreas
desmatadas menores que 6.25 ha. Segundo, áreas de exploração madeireira
e de florestas queimadas não são mapeadas. Por último, a liberação dos
dados tem sido temporalmente defasada, ou seja, pelo menos depois de um
ano após as áreas terem sido desmatadas. Esta defasagem também limita
as ações de controle de desflorestação. Tem havido também divergências
no que deve ser considerada desflorestação. No caso do Estado do Acre,
por exemplo, áreas de florestas ricas em bambu já foram classificadas
como áreas desmatadas o que levou a superestimar a taxa anual de
desflorestação para 2003. Os problemas descritos acima têm estimulado
os Estados da Amazônia a desenvolverem seus próprios programas de
monitoramento florestal, como é o caso dos estados do Mato Grosso e
Acre.
Impactos Ambientais
Desflorestação no Morro da Covanca em Jacarepaguá, Rio de Janeiro, para
extração de saibro para aterramento de obras na Barra da Tijuca.
Os impactos
ambientais causados pela desflorestação são diversos e dentre eles está
um problema ambiental bastante preocupante que é a emissão de gases de efeito estufa e a principal causa dos impactos de atividades humanas no sistema de clima é o uso de combustíveis fósseis
nos países desenvolvidos. No entanto, a desflorestação está se tornando
uma fonte muito importante de emissões de gases de efeito estufa.
Estima-se que a desflorestação já seja responsável por 10% a 35% das
emissões globais anuais, com algumas estimativas ainda mais altas. A
principal fonte global de emissões por desflorestação é proveniente das
florestas tropicais.
A desflorestação tropical está ocorrendo a taxas crescentes e os países que mais desmatam são: Brasil, Indonésia, Sudão, Zâmbia, México, República Democrática do Congo e Myanmar,
estes países já perderam mais de 71 milhões de hectares de florestas
entre 1990 e 2000. Cada um destes países perdeu uma média anual de pelo
menos 500.000 ha de florestas. O Brasil (com desflorestação anual médio
de 2,3 milhões de ha) e Indonésia (com desflorestação anual médio de
1,3 milhões de ha) lideram a lista de destruição florestal naquele
período.
A desflorestação tropical e a degradação das florestas são a principal causa de perda de biodiversidade no planeta e estão contribuindo para uma extinção
em massa de espécies, em um índice 100 a 1.000 maior do que poderia ser
considerado normal no tempo evolutivo. Estima-se que as mudanças climáticas, que é uma das consequências da desflorestação, possam afetar os ecossistemas e as espécies
de diversas maneiras e, por esta razão, já são consideradas uma ameaça
adicional à biodiversidade. As florestas tropicais podem ser muito
suscetíveis aos efeitos das mudanças climáticas. Serviços ambientais
fundamentais em ecossistemas florestais tropicais estão em risco devido
às mudanças climáticas, tal como a manutenção do ciclo das águas e o balanço de carbono
na atmosfera. Isto representa uma enorme ameaça adicional à
biodiversidade das florestas tropicais. Alterar a dinâmica dos
ecossistemas florestais tropicais pode afetar o balanço de carbono da
Terra, alterar os ciclos de água e energia e, portanto, afetar o clima.
A interação entre a desflorestação e as mudanças climáticas pode levar as florestas tropicais a entrarem em um círculo vicioso
extremamente perigoso, em que, por um lado, a desflorestação representa
uma fonte importante de emissões de gases de efeito estufa, e, por
outro, as mudanças climáticas aumentam a vulnerabilidade das florestas
tropicais aos incêndios florestais
e à desflorestação, e aceleram a conversão de florestas em ecossistemas
muito mais secos e mais pobres em espécies, resultando em enormes
emissões ao longo do processo. Mas não são apenas o clima e a
biodiversidade que são afetados pela desflorestação. Milhões de pessoas
que vivem e dependem das florestas também são dramaticamente ameaçadas.
A desflorestação em regiões em desenvolvimento como a Amazônia, está
frequentemente associado à violência e ameaças contra os povos
indígenas e comunidades locais e tradicionais, que são expulsas de suas
terras. O trabalho escravo ou degradante também está ligado normalmente
à destruição de florestas em diversos países.
A desflorestação é, portanto, um enorme problema, com sérios
impactos sobre o clima, a biodiversidade e as pessoas. Ações urgentes
são necessárias para combater esse mal. Para ajudar a prevenir as
mudanças climáticas perigosas é absolutamente necessário que se
estabeleçam medidas eficientes contra a desflorestação tropical. Isto
será importante não apenas para o clima do planeta, mas também para a
manutenção da biodiversidade e para o sustento e a segurança de milhões
de pessoas que dependem destas florestas.