Atualmente, o Brasil é o quarto emissor de gás carbônico do mundo, despejando cerca de um bilhão de toneladas por ano, segundo o Ministério de Ciência e Tecnologia. As razões desse volume não estão nos veículos ou nas chaminés das fábricas. Isso porque 75% das emissões do principal gás causador do efeito estufa são provocadas pelas derrubadas de árvores.
A coordenadora da Organização Não-governamental (ONG) internacional Avaaz, Graziela Tanaka, afirma que o Brasil tem feitos esforços para conter o desmatamento, mas isso ainda representa pouco para diminuir as emissões.
“Ouve-se muito falar sobre biocombustível ou sobre a matriz energética limpa, mas pouco se ouve sobre a prevenção de queimadas. “O Brasil dá exemplo em algumas áreas, mas também é um grande emissor de gás carbônico”, diz Tanaka, que no dia 14 de junho entregou uma petição ao Ministério das Relações Exteriores pedindo metas mais rígidas para a segunda etapa do Protocolo de Quioto.
O embaixador brasileiro para Questões Climáticas, Sérgio Serra, que representa o país nas negociações entre os países que assinaram o tratado, afirma que a redução do desmatamento é uma preocupação do país. “Desde o ano passado, o Brasil negocia um sistema que estimule os países a reduzirem as emissões provocadas pelos desmatamentos”.
Segundo ele, a negociação é lenta porque o Brasil precisa conscientizar outros países sobre a importância do tema. “Aqui, o desmatamento responde pela maioria das emissões de gás carbônico, mas em todo o mundo as derrubadas representam apenas 19% do aquecimento global”, justifica o embaixador. “Nosso perfil é diferente do de outros países, que poluem mais porque consomem combustíveis fósseis.”
A proposta brasileira a ser reapresentada em dezembro na reunião das partes do Protocolo de Quioto em Bali (Indonésia) consiste na criação de um sistema de incentivo positivo.
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