Um estudo produzido pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade mostra que, de fato, os técnicos do ministério do Meio Ambiente estão avaliando reduzir a unidade de conservação, mas em uma área bem menor do que a divulgada. Enquanto os produtores locais querem a exclusão de 600 mil hectares – quase a metade da flona, que hoje tem 1,3 milhão de hectares – o ICMBio fala em uma redução de apenas 5,9%.
O estudo, concluído em 2010, defende excluir cinco regiões da flona que, juntas, somam uma área de 77 mil hectares. Segundo o documento, essa área regularizaria 62% dos posseiros que efetivamente moram na unidade, aliviando o conflito entre a produção pecuária e preservação da floresta. A proposta não regulariza os posseiros que não moram dentro da unidade ou que tenham pretensão de expandir propriedades, aumentando a concentração de terras.
O documento também analisa uma proposta de diminuir a unidade de conservação para a construção da usina hidrelétrica Jardim de Ouro. Como já mostramos aqui no Blog do Planeta, a construção dehidrelétricas na Amazônia muitas vezes entra em conflito com unidades de conservação existentes. Segundo o documento, caso a usina seja construída, é melhor manter o reservatório dentro da flona, permitindo que o instituto promova o manejo sustentável dos rios na região.
Em sua conclusão, o relatório é categórico: qualquer desafetação – o termo técnico para a redução da área da unidade de conservação – acima dos 5,9% propostos geraria mais danos ao meio ambiente do que benefícios sociais. Segundo o relatório, se uma parte maior for reduzida, o resultado será mais concentração fundiária e desmatamento, descaracterizando a flona como uma reserva ambiental.
Nenhum comentário:
Postar um comentário