"Não temos crise de desmatamento, como foi no ano passado, não tem aumento de desmatamento", argumenta a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, ao divulgar resultado do levantamento que comparou o período de janeiro a março deste ano com o mesmo período do ano passado. Pela pesquisa, a derrubada de florestas triplicou no período.
Mas, segundo a ministra, o dado de satélite não representa aumento do desmatamento. Ele reflete somente, segundo Izabella, a melhor "visualização" do equipamento, uma vez que, no período, houve menos nuvens na região, permitindo melhoria no registro.
Segundo o sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), no primeiro trimestre, os satélites detectaram a perda de 389 km² da cobertura florestal, número que é 188% maior que o de 2011 (135 km²).
O presidente do Inpe, Gilberto Câmara, diz que a maior visibilidade na região acabou gerando um aumento na identificação dos possíveis desmatamentos. Segundo Câmara, a análise dos dados de 2011 ficou comprometida pela presença de nuvens na região.
"Este ano, já tivemos praticamente visibilidade total. Então, ano passado, não havia desmatamento detectado porque nós não víamos nada. Não é correto falarmos que há evidências de aumento do desmatamento no Mato Grosso, por exemplo", argumenta Câmara.A pesquisa em campo feita pelos órgãos de fiscalização verificou que 68% das áreas encontradas devastadas (por desmate e queimadas) resultam de atividades ilegais ocorridas em 2011.
A ministra m ressaltou que não houve aumento absoluto no desmate ao comparar o período de agosto de 2011 a março de 2012 com os mesmo meses entre 2010 e 2011.
Dos Estados pesquisados, três apresentaram aumento significativo no desmatamento: Roraima (363%), Mato Grosso (96%) e Rondônia (9,7%), no período de agosto de 2011 a março de 2012. Nos demais Estados houve redução: Pará (-41%); Amazonas (-38%); Maranhão (-73%); Acre (-45%) e Tocantins (-30%).
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